Santo Antônio do Descoberto – Pirenópolis – 11/06/2009

Santo Antônio do Descoberto, 11 de junho de 2009

 

Feriado de Corpus Christi. Até que enfim vou pra Pirenópolis no pedal. Nunca deu certo. Sempre alguém desistia. Mas agora vai. Ainda não será o percurso completo, de casa até Piri, mas já vai ser ótimo.

O Tadeu passou ainda de madrugada pela minha casa com seu Gol. Já haviam três ciclistas no carro, quatro comigo. Dali, passamos no Setor Habitacional Arniqueira pra pegar o Dourado. Lotação total? Que nada. Ainda passamos pelo Recanto das Emas e pegamos o motorista que iria voltar com o carro. Seis homens no carro. Pense no aperto!

Finalmente pegamos a estrada rumo a Santo Antônio do Descoberto, no entorno do DF. Cruzamos a cidade e fomos até o início da trilha: uma estrada de chão a cerca de 3 kms da cidade.

Desembarcamos as bikes, nos preparamos e partimos. Seguimos o caminho mais tradicional e mais fácil para ir a Pirenópolis, usado pelo Desafiando Limites, evento do grupo Rebas do Cerrado.

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Seguimos pelas estradas rurais de Santo Antônio. O dia estava ótimo para pedalar. Apesar de estarmos no meio do período seco, o verde ainda dominava a paisagem. Maritacas e periquitos cruzavam o céu, gritando, a todo instante. As caliandras salpicavam os campos de vermelhos.

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Nossa primeira parada foi na chácara do Vilmo. Tomamos refrigerantes e sem muita demora, voltamos ao pedal. Saindo da chácara há uma longa subida. Segui na frente e quando entrei na área de cerrado, no alto do morro, alguns cavalos estavam soltos e ficaram me olhando curiosos.

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Eu e o Dourado seguíamos na frente. Pegamos algumas subidas depois deste morro, nada muito forte. O Dourado era o guia. A segunda parada foi no Botinha. É um boteco à beira da estrada, na entrada da fazenda Santa Mônica. Tem refrigerantes, cerveja e pinga pra vender, e alguns salgadinhos de pacote. Nos sentamos embaixo de um paineira cheia de casas de joão-de-barro.

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Novamente a parada foi rápida. O Dourado é amigo do Botinha. Tem até uma foto deles juntos colada numa parede do bar. Tomamos refrigerantes e partimos.

Novamente no pedal, entramos na fazenda Santa Mônica. O proprietário é o senador Eunício Oliveira, que também é dono da Confederal, empresa de transporte de valores. A segurança da fazenda é feita por homens uniformizados da Confederal. Tudo estava muito bem cuidado, pintura nova. Uma grande represa à frente das construções da fazenda chama a atenção, além do túnel de ficus plantado na estrada.

Foi dentro da fazenda que enfrentamos a subida mais vertical de toda a trilha. Curtinha, mas quase vira a bike pra trás. E saindo da fazenda, igualmente difícil, um longa subida após o riacho que forma a tal represa. Eu, que estava na frente, quando encontrei uma boa sombra, sentei-me e fiquei esperando a turma chegar. Quando reagrupamos, voltamos pra subida. Subimos muito até que a estrada aplanou, e seguimos pelo alto por vários quilômetros, até que começou uma descida vertiginosa. O descidão de 6 kms terminou no rio Corumbá, dentro da cidade de Corumbá de Goiás.

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Atravessamos a ponte e fomos pro restaurante que há num posto de gasolina. Hora do almoço.

A turma almoçou mesmo. Pratões cheios surgiram nas mãos dos colegas. Eu não estava com tanta fome e me contentei com salgados da lanchonete. Uma hora de repouso.

O recomeço é um desafio. Em menos de 500m. já estávamos no trevo da cidade e depois dele pegamos uma rua à direita, que sobe bastante e dá um desânimo geral em que chega ali. Mas subir é preciso. No alto, a estrada alivia, e segue por carreadores com areia fofa em alguns trechos.

Chegamos então num sítio e passamos pela frente da sede. Cruzamos o pequenos pasto e entramos numa estrada estreita no meio do cerrado. Um trecho bem interessante, com água minando no mato e escorrendo para a estrada. Cerca de 2 kms pelo pasto e chegamos na porteira do sítio. Dali já era possível avistar Pirenópolis no fundo do vale, entre as montanhas.

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Um pouco à frente, entramos num single fantástico. Área muito erodida, deixou a vala prinicipal, por onde passamos, cheia de pedras grandes soltas. Passei empurrando pra evitar uma queda. No final da vala, um riacho pra atravessar, e logo depois uma porteira. Foi aí que entramos na floresta.

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A estrada segue em meio à mata. É o trecho mais bonito de toda a trilha. É fantástico. O frescor da floresta aliviou o calor. A maior parte do caminho na floresta é descida, mas há algumas pequenas subidas. Numa das encruzilhadas do caminho há um iglu muito interessante. Ela foi construída com garrafas de vidro e concreto.

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Chegamos no asfalto a poucos quilômetros de Pirenópolis, na chamada saída das cachoeiras. Seguimos pra cidade e fomos direto para o centro. Paramos em frente à igreja. Finalmente, Pirenópolis! 86 kms de pedal.

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Estava tendo uma festa na cidade e cavaleiros mascarados faziam bagunça na cidade toda. Depois de comermos um empadão numa lanchonete ao lado da igreja, fomos pro rio das Almas. Seguimos por fora do centro, passando pela ponte pênsil Dona Benta. Atravessamos a ponte do centro e seguimos por uma rua de terra que segue rio acima. Achamos um bom lugar para tomar banho no rio, banho mesmo, com sabonete e tudo mais. O motorista nos esperava ali.

 

Todos prontos, colocamos as bikes no carro, eu mesmo coloquei a minha, e partimos pra casa. No caminho, eu dormia quando fui acordado com um barulho assutador. Pensei que o carro tinha perdido uma roda, mas para minha surpresa, foi a minha bike se soltou e caiu, sendo arrastada pois estava amarrada. Quando olhei vi bike pendurada e faíscas saindo dela quando batia no asfalto. Foi um estrago. Além de riscar o carro do Tadeu, estragou algumas peças da minha bike. Mea culpa. Confesso que não apertei muito forte a blocagem que prendia a suspensão da bike no suporte. Lamentável.

Finalmente cheguei em Pirenópolis pedalando. É uma grande satisfação vencer este desafio.

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3 comentários sobre “Santo Antônio do Descoberto – Pirenópolis – 11/06/2009

  1. Gosto muito de ler os seus posts pois acabando voltando no tempo. Graças a você e a alguns amigos do Pedaguas, pude conhecer muitos desses lugares. Pude visualizar grande parte dos trechos a que se referiu aqui. Realmente é uma satisfação percorrer esses caminhos. Parabéns!

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    • Passa carro em quase todo o percurso. Apenas no final não passa, sendo necessário fazer um desvio para reencontrar os ciclistas no asfalto. Não me lembro exatamente, mas acredito que fizemos o percurso entre 6 e 7 horas de pedal.

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