GPS, pra que te quero?

Muita gente tem dúvidas sobre aparelhos de GPS para ciclismo. Sempre me perguntam sobre qual modelo comprar. Amigo ciclista, antes de comprar um GPS você deve se perguntar: “GPS, pra que te quero?” Dependendo da resposta, seu investimento pode variar de 300 reais a 5 mil reais.

Há uma grande variedade de aparelhos de GPS para ciclistas disponíveis no mercado. Os mais baratos podem ser substituídos facilmente por smartphones. Não vou entrar em detalhes sobre marcas e modelos, em vez disso, vou agrupar os aparelhos em 3 tipos:

1 – GPS sem navegação: É basicamente um ciclocomputador que não precisa contar as voltas que a roda de sua bicicleta dá para determinar quilometragem e velocidade. Ele tem antena de GPS e grava o caminho que você percorreu, medidas e velocidade, mas não tem mapa, não mostra onde você está, nem a trilha que você percorreu ou quer percorrer. Você só terá acesso a estas informações quando carregar os registros para o computador ou celular.

2 – GPS com navegação: São os modelos mais usados. Tem mapas e é possível carregar trilhas (tracklog), o que lhe permite navegar por esse mundão.

3 – GPS com sensores: GPSs específicos para ciclistas vêm com sensores que registram detalhes sobre a atividade, como monitor cardíaco, monitor de cadência, termômetro, barômetro, etc.

Vamos analisar sua resposta

Garmin GPSMap 60

“Eu só pedalo em lugares que conheço, quero registrar o percurso, o tempo e a quilometragem de minha atividade.”

Seu problema é fácil de resolver. Você pode usar seu celular mesmo. Use o Strava, o Sports Tracker, ou qualquer outra app de registro de atividade física. Mas se o seu celular não for muito bom, daqueles que travam de vez em quando, você pode comprar um GPS sem navegação, dos mais baratos. A bateria dura muito e seu celular vai ficar disponível para fotografar. Procure os modelos mais baratos das marcas IGPSport, Atrio e Xoss.

“Eu sou detalhista. Quero registrar tudo que aconteceu durante o pedal.”

Compre um Garmin da linha Edge. Ele é feito para ciclistas e tem vários sensores. Custa caro, mas se você quer dados, tem que pagar o preço. Os modelos mais recentes tem acelerômetro, barômetro, termômetro, sensor cardíaco, sensor de cadência, bluetooth, wi-fi, etc. Enfim, sabe mais da sua vida que você mesmo e vai ajudar seu vizinho a estimar o preço da sua bicicleta, já que se você pagou cinco milhas num GPS, imagine quanto pagou na bike. 😁

IGPSport também tem sensores e são bem mais baratos.

“Eu quero fazer trilhas que não conheço e ser guiado pelo GPS.”

Você precisa de um GPS com navegação. IGPSport, Garmin e Bryton têm modelos com navegação. Você carrega o tracklog e vai ser guiado pelo aparelho. A forma de exibição varia de modelo para modelo. Alguns mostram setas coloridas e fazem barulho quando você erra o caminho. Os mais simples só mostram a linha em que você deve andar por cima.

A escolha do Ser Pedalante

Garmin eTrex 20

Eu já tive três GPSs: 

  • Garmin GPSMap 60: é grandão e tem antena, parece até um celular antigo. Aguentou dez anos! Só parei de usar porque deu problema na placa.
  • Garmin eTrex 20x: pequeno (menor que um celular), interface (software) semelhante ao GPSMap.
  • IGPSport 618: comprei pelo Mercado Livre, testei-o apenas uma vez e devolvi-o no dia seguinte pois achei péssimo seu funcionamento (é só minha opinião, tem gente que adora).

Então, vamos ao veredito: Garmin eTrex

Eu pedalo para me divertir e não sou competidor, então, não me interesso por dados fisiológicos e climáticos das trilhas que percorro, mas como gosto de visitar lugares desconhecidos, preciso de navegação, preciso saber onde estou caso um problema aconteça e preciso saber a distância até o vilarejo mais próximo.

Garmin eTrex 10

O Garmin da linha eTrex (10, 20, 30, 20x, 30x, etc) é ideal para isso. O software do eTrex é muito fácil de usar, sem funções escondidas. Ele é à prova d’água. Você carrega suas trilhas e sai navegando (basta andar em cima da linha). Se você se perder, ele tem um cursor que é manipulado facilmente, como se fosse um mouse de laptop, permitindo que você descubra a distância de sua posição atual até determinado ponto. Ele tem muitos níveis de zoom, o que facilita muito o uso (isso pode parecer trivial, mas muitos GPSs caros têm poucos níveis de zoom).

A maioria dos GPSs tem bateria interna. Já o eTrex usa um par de pilhas AA como fonte de energia. Esta é uma característica muito interessante para aventureiros. Em longas viagens por áreas sem energia elétrica, ou em situações em que a bateria descarregue, basta trocar as pilhas, sejam elas pilhas comuns, compradas na birosca mais próxima, ou o par de pilhas recarregáveis sobressalentes que você levou.

O modelo mais barato é o eTrex 10 e o de melhor custo-benefício é o 20, ou 20x. Os que tem um “x” junto ao nome aceitam cartão de memória, permitindo carregar mais tracklogs. Eu nunca precisei colocar cartão, e olha que já carreguei trilhas bem grandes, de mais de 1.500 quilômetros, como Brasília – Parati, Caminho de Santiago de Compostela, etc.

5 comentários sobre “GPS, pra que te quero?

  1. Muito boa explicação. E eu, como segui seu conselho meu amigo, para me sentir mais segura e um pouco mais independente nas trilhas, adquiri o meu primeiro GPS, e-trek 10 a algum tempo, e estou muito satisfeita e mais confiante, quando me separo do grupo nas trilhas. Super aconselho😁

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  2. Bem interessante as explicações!
    Gostaria de acrescentar os relógios com GPS da Garmin da linha Forerunner (735XT, 945xt, 920xt) que são para ciclistas, nadadores e corredores, e possuem a função mapa do percurso com zoom, podem também baixar percursos predefinidos e seguir, alguns desses permitem baixar mapas da região para transitar livremente sem definir nada antes, como Waze! Esses relógios da Garmin são bem intuitivos e permitem dar zoom, ver perfil das subidas do trajeto, dentre outras informações.
    Há também outros relógios da POLAR que permitem “navegar” por percursos, mas aí começa a complicar pois permitem o uso de rotas a partir da comunicação com outra plataforma, o Komoot.
    No Polar a navegação é mais precária, se quiser apenas GPS fujam deles. Porém se a necessidade for aliar percurso predefinido com dados de saúde aí vale a pena, exemplo Grit X Pro. Os relógios são bem mais caros como pontuado no artigo!
    Mais uma vez valeu pelas dicas!!!

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  3. Legal, meu amigo pedalante, bons esclarecimentos. Mas, prezado Nilton, o melhor custo benefício para fazer uma trilha sem se perder é perseguir o Evandro. Sempre dá certo 😉

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