Brasília, 13 de abril de 2014
*Fotos: Fábio “Bauru” Malaguti
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Domingo bonito de sol. Há muito tempo não participava das trilhas do Rebas do Cerrado. Estava procurando uma boa trilha para treinar para o Desafio das Pontes e o Dalton me chamou para a Trilha Cajuzinho. Inédita para mim, topei.
Às 7h da manhã, Dalton passou já com a minha bike embarcada no seu Ka. Ele estava adaptando um bagageiro para meu quadro pois não consegui achar nenhum outro que desse certo. Ele fez um ótimo trabalho. O bagageiro ficou forte e discreto.
Fomos até o ponto de encontro da trilha, na frente do Clube Caiçaras, na DF-290. Chegamos antes do horário de partida para fugir do enorme pelotão que participa das trilhas do Rebas. Os amigos do Dalton também chegaram cedo e logo partimos.
A trilha começa do outro lado da DF-290, numa estrada de chão que leva para as fronteiras do DF. Com 6,5 km adentramos em Goiás. Seguimos por estradas de terra até o quilômetro 9, onde pulamos a cerca e entramos no cerrado. A trilha passa por um longo single pelos morros da área, muito técnicos e com muitas pedras soltas.
Do alto pode-se observar que a paisagem mudou bastante. O cerrado tem dado lugar ao eucalipto e à soja.
No final do morro, na parte baixa, em vez de pegarmos a direita para descer até o Córrego Barriguda, seguimos em frente. Finalmente, caminhos novos. A trilha seguiu beirando uma mata. Descemos na ponta dos cascos pois a estrada sombreada estava muito lisa. Ela seguiu por vários quilômetros antes de começar a subir para a rodovia GO-425, de terra.
Ficamos pouco tempo na 425. Logo entramos à esquerda e seguimos rumo sul. A estrada seguiu em meio ao cerrado em algumas partes, e passando por sítios em outras. Numa certa altura, entramos numa área de singletracks subindo o morro. Foi uma das melhores partes da trilha. Subida técnica, do tipo que a bike escorrega no cascalho e tem que se desviar das árvores para não ficar enroscado. No final, outra área de cerrado plana, e depois tome descida rumo ao Rio Alagado, que tem este nome desde os anos 1700, e que agora faz mais jus ao nome, pois seu vale foi alagado pelas águas do Lago Corumbá IV. A vista do alto, antes de começar a descer, é linda.
Ali começa uma sucessão de singles e carreadores até chegar à margem do lago. É aí, no meio de uma enorme pastagem, que fica a árvore que deu nome à trilha: o cajuzinho. Ela se destaca em meio ao pasto e atrai como um ímã quem passa por ali, com sua sombra.
E assim, chegamos na margem do rio. Bem na sua frente está sendo construída uma captação de água da CAESB que promete resolver o problema de abastecimento do DF por cem anos. Lanchamos e aproveitamos para espantar o calor mergulhando no lago.
Depois de tanta descida, dá pra imaginar como seria a volta. Sair do vale é complicado. Singles na beira do rio, depois, estradas subindo até a borda do vale.
A estrada aplaina um pouco a três quilômetros da margem, mas continua subindo por estrada cheia de curvas de nível. Esta estrada trouxe emoção à trilha. As curvas de nível íngremes sempre tinham surpresas do outro lado: enormes poças d’água, buracos, ciclistas no sentido contrário.
Saindo do vale, foram 12 km até passar pela nascente do Ribeirão Lagoinha. Aí começamos a descer. A estrada passa pelo divisor de águas dos córregos Barriguda, Sítio Novo, Capão do Ouro, Engenho das Lages e Jambreiro. A pior subida do dia começa neste divisor. São 150 m de elevação em menos de cinco quilômetros. No alto, chegamos na estrada que volta ao Caiçaras, uma longa estrada plana.
Pedalamos 60 km no total. Bela trilha do Rebas do Cerrado.