Travessia dos Lençóis Maranhenses – 6 a 13/06/2019

Brasília, 6 de junho de 2019

Se alguém desembarcasse no litoral leste do Estado do Maranhão num outubro qualquer, pensaria ter chegado a um deserto. Antes mesmo de pisar na praia, avistaria enormes dunas brancas e nenhuma vegetação. Ao caminhar pelas dunas, subindo em alguma das mais altas, avistaria apenas areia, a perder de vista. Contudo, se o mesmo navegador desembarcasse em junho ou julho, sua caminhada dunas adentro traria-lhe impressão totalmente diferente. Ao chegar ao topo de uma duna alta, avistaria enormes lagoas de água doce entre aqueles montes de areia, águas azuis e verdes, cristalinas, mornas.

Considerando a acepção pura da palavra, não se pode caracterizar os Lençóis Maranhenses como um deserto. Lá chove muito! Mas as semelhanças são enormes: solo muito árido, descoberto; vegetação escassa; ocorrência de ventos fortes; dias muito quentes; baixa densidade populacional.

Os Lençóis Maranhenses são o maior campo de dunas da América do Sul, cobrindo 1500 km2, com 75 km de comprimento junto à faixa litorânea e 25 km de largura, área equivalente à da Cidade de São Paulo. Vista de longe, a sequência de dunas assemelha-se a lençóis amarrotados, daí o nome do parque.

Lençóis Maranhenses – Área da Lagoa Bonita

Noventa por cento da chuva que cai por lá precipita-se entre janeiro e junho. A água é rapidamente absorvida pela areia, elevando o lençol freático e fazendo a água brotar nas partes mais baixas entre as dunas, formando lagoas maravilhosas, cristalinas, coloridas. Na época seca, ventos de até 70 km/h fazem as dunas deslocarem-se cerca de 10 cm por dia.

O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses foi criado em junho de 1981. Localiza-se numa área de transição de vários biomas, como Cerrado, Caatinga e Floresta Amazônica. É composto por áreas de restinga, campos de dunas livres e costa oceânica.

Foi para atravessar esse paraíso que viajei ao Maranhão com o amigo Adenauer Luzete. Ele tem experiência em longas caminhadas, eu sou iniciante, mas venho encarando esses desafios de vez em quando.

De Brasília até São Luís, fomos de avião. Na Capital maranhense, embarcamos numa van que nos levou a Barreirinhas, 250 km de estrada percorridos em quase quatros horas de viagem. Estrada cheia de buracos, com muitas habitações no entorno.

Barreirinhas, 7 de junho de 2019

Barreirinhas é a “porta de entrada” dos Lençóis Maranhenses. A cidade cresceu nas margens do Rio Preguiças. O porto, bem no centro da cidade, é movimentado, com barcos turísticos saindo principalmente pela manhã.

Aproveitamos o dia para conhecer algumas partes dos Lençóis que não visitaríamos durante a travessia. Os passeios são contratados nas agências de turismo da cidade. No horário marcado, os carros passam nas pousadas para pegar os turistas e seguir para as atrações.

Pela manhã, fomos à Lagoa Azul. Uma caminhonete 4×4 passou em nossa pousada e embarcamos em sua carroceria, onde adaptaram-se fileiras de bancos. A caminhonete atravessou o Rio Preguiças de balsa. Do outro lado do rio, muita areia e terrenos alagados. Alguns trechos eram tão profundos que a água molhava nossos pés.

Foram sete quilômetros até o lugar onde a caminhonete deixou-nos. Caminhamos poucos metros e logo avistamos a primeira lagoa. É algo surreal. Águas azuis e verdes em meio a dunas de areia branca. Entramos na água e passamos alguns minutos por lá. Depois, caminhamos pelas dunas até a Lagoa Azul propriamente dita, com águas azuis ainda mais claras.

Lagoa Azul

Fizemos o caminho de volta e almoçamos na cidade. Depois, o carro buscou-nos novamente e fomos conhecer a Lagoa Bonita. Atravessamos o Rio Preguiças em outro porto. A estrada até a Lagoa Bonita não teve trechos alagados, mas muita areia fofa. A estreita estrada segue pelo meio da vegetação, só passa um carro por vez, e em certos trechos tem tantos buracos que parece que seremos jogados para fora do veículo. É preciso agarrar-se com força ao banco. Foram quinze quilômetros em cerca de quarenta minutos.

No ponto final do trajeto há um riacho que forma pequena lagoa e ao lado algumas palhoças onde se vendem bebidas e alimentos. Bem na frente há duna bem alta, com mais de cinquenta metros de altura, coberta de vegetação. Atravessando o riacho, há trilha de areia por onde se escala a duna. Muito inclinada, há uma corda para ajudar na subida.

Vencida a escalada, o que se vê é incrível: dunas a perder de vista, de areias muito brancas, cercando lagoas de águas azuis. Esta visão, do alto da duna, foi a vista mais espetacular que tive dos Lençóis Maranhenses.

Vista do alto da duna na entrada da área da Lagoa Bonita

O guia nos levou pelas dunas, entramos em algumas lagoas e, no final da tarde, voltamos ao alto da duna da entrada para contemplar o pôr do sol.

Barreirinhas, 8 de junho de 2019

https://www.strava.com/activities/2444960125

Agora sim, a travessia vai começar. Caminhamos até a agência de turismo onde conhecemos nosso guia, Joelmir, mais conhecido por Joel. Nascido em Queimada dos Britos, um oásis dentro do parque, Joel conhece muito bem esse mar de areia. Seguimos com o guia até o porto, onde conhecemos nossos colegas de travessia: Bruno e Carla, de Ribeirão Preto; e Larissa e Rafael, de Campinas.

Pegamos um barco para chegar a Atins, na foz do Rio Preguiças.

No caminho de Barreirinhas até o Oceano Atlântico, o Preguiças forma ilhas e dá muitas voltas. É um rio grande e calmo, cuja largura supera duzentos metros em alguns pontos. Por essas voltas, o piloto do barco foi apresentando-nos a fantástica vegetação que cerca o rio. O mangue que cobre as laterais do rio são muito altos, algo raro. Há também inúmeros buritizais nos terrenos alagados do entorno.

Nossa primeira parada foi numa comunidade chamada Vassouras. Ela fica espremida entre braços do Rio Preguiças e dunas dos Pequenos Lençóis (conjunto de dunas pequeno, quando comparado aos Grandes Lençóis, com as mesmas características do parque, mas isolada a leste do Preguiças). Havia muitos barcos parados, mas nosso piloto encontrou uma fresta e como uma cunha rachando lenha, abriu caminho para ancorar.

Em Vassouras, há bandos de macacos-prego que se acostumaram ao contato com os turistas e brigam pelos petiscos que lhes são dados. É preciso ter cuidado pois eles podem roubar qualquer objeto imaginando ser comida, até seu celular.

Depois de um breve contato com os macacos, subi pelas dunas e fui conhecer as lagoas. Entrei na primeira lagoa, água morna, não tão limpa quanto a das outras lagoas que conheci. A areia também é mais escura.

De volta ao barco, seguimos até Mandacaru, onde está o Farol Preguiças. Parada bem rápida, apenas para conhecer o farol e provar bebidas com raízes e frutos da região. Antes era possível subir as escadas e contemplar a vista do alto, mas rachaduras apareceram na estrutura do farol e o acesso está proibido.

Dali, seguimos até uma das últimas curvas do Rio Preguiças. Desembarcamos no vilarejo Caburé, que fica numa faixa de areia de 250 m entre o rio e o mar. Descemos do barco e já escolhemos o que comeríamos no almoço. Enquanto os pratos eram preparados, nós fomos conhecer a praia.

Depois do almoço, às 14h, partimos para Atins. O barco levou-nos até quase chegar à foz do Preguiças. Aportou numa praia e nos deixou por lá. Começou a travessia! Caminhamos cerca de quinhentos metros até o centro de Atins, comunidade pacata de ruas de areia. Deitamo-nos em redes sob a sombra de uma pequena árvore e ficamos esperando o tempo passar.

Somente às 16h, com o sol mais fraco, partimos para a caminhada final. Cruzamos Atins e nos seus limite, entramos no parque, subindo as primeiras dunas da travessia. Paramos numa das primeiras lagoas que encontramos para curtir o resto do dia.

Com o sol posto, continuamos a caminhada. Saímos das dunas e entramos numa área com vegetação rasteira, semi-alagada. Já no escuro, chegamos ao nosso pouso, o Restaurante e Pousada Canto dos Lençóis, na localidade chamada Canto do Atins. Foram oito quilômetros de caminhada.

O jantar foi fantástico! Comi camarões grelhados. Cortados ao meio, marinados num molho secreto e grelhados, sabor que só se encontra ali.

Dormimos em redes, prática comum em todos os pousos da travessia. Geralmente há um galpão cheio de redes, em que as pessoas dormem lado a lado, ouvindo roncos, gemidos e zumbidos de toda natureza.

Canto do Atins, 9 de junho de 2019

https://www.strava.com/activities/2444961135

A atividade começou bem cedo. Segundo nossos planos, iríamos partir às 3h da madrugada pois caminharíamos 26 km até Baixa Grande. De nossa pousada até o ponto em que se entra nas dunas, há quatorze quilômetros de caminhada pela praia, no escuro. Há lixo (muito plástico), tocos e vários riachos, enfim, é um longo deslocamento sem graça. Alguns guias contratam um transporte para tirar esse trecho do percurso, e foi o que nosso guia fez: combinou com um motorista para levar-nos até o início das dunas. Com isso, acordamos mais tarde e saímos às 6h.

A caminhonete fez duas paradas no caminho. Primeiro num riacho que forma pequenas cachoeiras na beira da praia, depois para pegar um casal que também fazia a travessia e havia saído caminhando às 3h. Eles estavam muito cansados e aceitaram a carona.

A caminhonete deixou-nos perto de um riacho. Ali entramos nas dunas.

Comecei caminhando descalço e às vezes de chinelo havaianas. Na parte da duna em que o vento bate, o terreno geralmente é firme. Nos vales e baixadas, há terrenos de todo tipo: firmes, alagados, areia fofa e areia molhada mole (afunda o pé até a canela). A frente da duna, a parte onde ela cresce, é íngreme e tem areia fofa. Enfim, é uma mistura complexa de tipos de terreno. Eu levei um tênis e uma sapatilha de neoprene com solado de borracha. Testei tudo. A melhor opção foi caminhar de havaianas onde era possível e descalço nas área de terreno fofo, mole ou alagado.

Nossa primeira parada foi na Lagoa Caiçara, uma enorme lagoa que tem duas ilhas. Nessas ilhas há ninhais de gaivotas que se agitam com a passagem de humanos. Curtimos as águas da lagoa. As lagoas de água doce são muito bonitas. Você pode mergulhar e abrir o olhos embaixo d’água pois não vão arder, não tem sal.

Lagoa Caiçara

Saindo da Caiçara, a importância do guia começou a ser demonstrada. Cruzamos algumas lagoas pelo meio, com as mochilas na cabeça e água no peito. Só os guias, que passam por lá frequentemente, sabem quais lagoas podem ser atravessadas. Se você tentar fazer a travessia sozinho, vai perder muito tempo dando volta nas lagoas, e algumas são enormes, como a Caiçara.

Nos vales entre as dunas há também muitos troncos e galhos de árvores, resquícios de vegetação que foram soterrados pelas dunas.

Caminhamos mais uma hora e paramos em outra lagoa. Entramos novamente na água.

Voltando à caminhada, chegamos a Baixa Grande, nosso destino, ao meio-dia. Foram doze quilômetros de trekking.

Baixa Grande é um oásis de vegetação em meio aos Lençóis. Há várias famílias que habitam a área desde antes da criação do parque. Hoje em dia, essas famílias lucram dando apoio aos turistas que fazem a travessia.

Uma grande palhoça, teto e paredes de folha de buriti, foi nosso alojamento. De almoço, tivemos frango caipira magrinho.

De tarde, fui explorar o local. Por Baixa Grande passa o Rio Negro, que nasce fora dos Lençóis e o atravessa de maneira inusitada. Ele infiltra-se nas dunas e ressurge em alguns locais, como em Baixa Grande. Caminhei pelo meio das árvores, a maioria cajueiros, e cheguei numa curva do rio. Água quentinha, nem parecia ser um rio, mas a correnteza forte eliminava qualquer dúvida.

Rio Negro em Baixa Grande

No final da tarde, partimos para ver o pôr do sol. Caminhamos até lagoas próximas, nadamos um pouco e quando o sol estava baixando, subimos numa duna alta para contemplar o espetáculo.

O jantar foi bem melhor que o almoço: peixe grelhado.

Baixa Grande, 10 de junho de 2019

https://www.strava.com/activities/2444960970

Choveu bem durante a madrugada, mas o sol brilhava pela manhã. Partimos às 7h.

Entramos nas dunas e logo chegamos ao Rio Negro, que tem águas vermelhas, vai entender!

Devido às dunas, o rio é muito irregular. Forma lagoas de água vermelha, às vezes infiltra na areia e desaparece, às vezes é fundo e às vezes não passa de uma lâmina d’água de poucos centímetros. Mas é fácil saber se você está no Rio Negro: a cor da água é inconfundível. Cruzamos o rio com água pelos joelhos.

Logo depois, paramos numa lagoa para mergulhar. Larissa, que antes de entrar na água ficou sentada sobre a duna, observando a água, percebeu que algumas manchas pretas deslocavam-se dentro d’água. Quando foram conferir, fizeram uma descoberta incrível: eram tartarugas. Nunca imaginei que encontraria tartarugas numa lagoa dessas.

São Tartarugas Pininga, Capininga ou Cágado do Maranhão, endêmicas da região, ocorrendo no Maranhão e no Piauí. Nome científico: Trachemys adiutrix.

Deixamos as tartaruguinhas “de boa na lagoa” e retomamos o trekking. Uma hora depois, chegamos a outra grande lagoa, onde havia uma ilha. A ideia do guia era atravessar pela ilha para encurtar caminho, mas não foi possível pois o nível da água estava muito alto. Eu atravessei nadando e constatei que não dava pé. Aproveitamos para curtir a lagoa antes de contorná-la.

Este terceiro dia foi o que encontramos as mais belas lagoas.

Às 12h, do alto de uma duna, avistamos a Queimada dos Britos. A vista é linda, um verdadeiro oásis. Lagoas de água escura cercadas de vegetação.

Queimada dos Britos

Nos hospedamos na casa da família de nosso guia, Joelmir. Mesmo esquema do dia anterior: grande galpão cheio de redes.

Foram treze quilômetros de caminhada. No local, chama atenção grandes árvores de troncos retorcidos.

O almoço foi bem melhor: peixe frito. Teve limonada e cocada de sobremesa.

No final da tarde, caminhamos até lagoas próximas e curtimos o pôr do sol. De noite, jantar com peixe grelhado.

Queimada dos Britos, 11 de junho de 2019

https://www.strava.com/activities/2444961548

Nos levantamos às 4h. O dia seria longo! Não choveu de madrugada, mas trovejava e relampejava. Tomamos café sem pressa e quando fomos sair, 5h da manhã, começou a chover. Mesmo assim, partimos.

Nosso caminho foi pelo meio da Queimada, atravessando terrenos alagados no escuro. Felizmente, levei minha lanterna de cabeça. O chuvisqueiro foi engrossando e nosso guia resolver parar. A solução que ele encontrou foi um pouco estranha, mas pelo jeito não foi a primeira vez que fez isso. Ele ia entrando na casa dos nativos e colocando-nos para dentro. Mesmo sendo muito cedo, os moradores já estavam em pé e recebiam-nos naturalmente, sem cerimônia alguma. Quando a chuva diminuía, caminhávamos mais um pouco, até a chuva engrossar e forçar-nos a parar em outra casa.

Quando clareou, a chuva parou. Saímos da Queimada dos Britos e entramos nas dunas. Devido à chuva, a areia estava bem firme. O tempo nublado apagou o brilho das lagoas.

Com 6.7 km de caminhada, chegamos a uma grande lagoa, com duas ilhas. Fizemos parada para descansar e entrar na água. O dia foi cheio de travessias de lagoas. Segundo nosso guia, estávamos na época em que mais se encontra água nas lagoas.

Aos quatorze quilômetros fizemos outra parada numa lagoa incrível. A cor da água impressionou-me. Bruno, um dos colegas de travessia, disse que “era como mergulhar numa lagoa de Listerine”. E realmente, era algo surreal. A poucos metros da margem a profundidade alcançava mais de três metros. Era possível saltar de ponta da margem, o que fiz várias vezes, e ir fundo naquele paraíso de águas azuis.

Aos dezessete quilômetros, 13h, chegamos ao limite das dunas, na margem da Lagoa de Betânia.

Um barco veio buscar-nos e levou-nos para Betânia, onde foi nosso pouso, no Restaurante Cantinho da Felicidade. Dormimos ao lado do restaurante, em redes. Para o almoço, tivemos carne de bode ensopada.

Betânia é uma comunidade isolada entre lagoas, dunas e o Rio Grande. Lá moram cerca de trinta famílias. Presenciei crianças chegarem junto com as professoras para aulas na escolinha da comunidade. Betânia chamava-se Pau Seco, mas mudou de nome por sugestão de um pastor evangélico que achou o nome original muito feio.

Betânia entre árvores e lagoas

Depois do almoço, caminhei pela comunidade. Como estávamos na época das cheias, quase não havia terreno seco. Segui pelas trilhas em meio às árvores até onde pude ir. No final da tarde, pegamos um barco e atravessamos o Rio Grande para ir conhecer as lagoas dunares próximas.

Betânia, 12 de junho de 2019

https://www.strava.com/activities/2444960740

A chuva veio bem forte durante a madrugada. Eu acordei com respingos de água que conseguiam passar pela cobertura de telhas. Bruno, que estava mais próximo à parede de folhas de coqueiro, teve que se levantar, suspender a rede e esperar a chuva passar antes de voltar a dormir.

Planejávamos sair às 6h da manhã, mas depois do café, voltou a chover forte. Ensaiamos a saída várias vezes, até que às 7h30 estiou e finalmente pegamos o barquinho que nos levou pelo Rio Grande até o ponto onde entramos nas dunas.

Mal começamos a caminhar e choveu novamente. Felizmente, foram poucos minutos de chuva, mas o tempo manteve-se nublado o dia todo.

Seguimos caminhando próximo ao limite das dunas, parando nas lagoas de vez em quando. Nessa parte do parque há uma espécie de estrada para os carros turísticos de Santo Amaro transitarem. A estrada é marcada com bandeiras vermelhas e, na teoria, os carros não podem sair dela. Por isso, encontramos muitos turistas nas lagoas.

Chegando no limite das dunas, avista-se a Cidade de Santo Amaro escondida em meio à vegetação.

Santo Amaro ao fundo e a trilha até a cidade

Depois, caminha-se pelo meio dessa vegetação até chegar à cidade. Como saímos tarde, acabamos chegando às 13h e foi por pouco que não encontramos todos os restaurantes fechados. Foram onze quilômetros de caminhada.

Depois do almoço, cada um tomou seu rumo. Eu e Adenauer ficamos num hostel na beira do Rio Grande, o que nos proporcionou um belo pôr do sol.

De noite ainda encontramos Carla, Bruno e Joelmir no centro da cidade. Comemos pizza.

Santo Amaro do Maranhão, 13 de junho de 2019

Não pense que a aventura terminou. Ainda faltava voltar para Brasília. A viagem de volta começou de forma inusitada. Em Santo Amaro, o Rio Grande espraia-se e forma o enorme Lago de Santo Amaro. Para atravessar o rio, não há ponte. Como o rio é raso, os carros passam por dentro d’água. Às 5h da manhã, uma caminhonete passou para nos pegar no hostel. Embarcamos, para atravessar o rio. Antes de entrar na água o motorista avisou: “Levantem as bagagens pois o nível está mais alto que o normal.” A caminhonete entrou no rio e em dois pontos a água invadiu a carroceria, suficiente apenas para molhar-nos os pés. Quinhentos metros por dentro d’água e chegamos sãos e salvos do outro lado, onde embarcamos numa van que levou-nos a São Luís.

Chegamos em São Luís às 10h da manhã. A van deixou-nos num posto de gasolina, onde embarcamos em carros particulares. Adenauer seguiu para seu hotel. Eu fui para o centro da cidade. O motorista do carro que me levou estava mais para piloto, dirigindo como se estivesse numa guerra. E ainda achou ruim quando eu não quis combinar com ele o transporte para o aeroporto. Confesso que foi o momento da viagem que eu mais senti medo.

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A travessia dos Lençóis Maranhenses é uma experiência fantástica. Faça-a pelo menos uma vez na vida.

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