Londrina, 16 de abril de 1995
Estava eu andando pelos corredores da UEL quando dei de cara com um cartaz: Excursão para o Canyon do Guartelá – R$15,00. Já tinha vontade de conhecer o Guartelá e não pude perder a oportunidade.
O Canyon do Guartelá está localizado a 220 km de Londrina. Está inserido na região dos Campos Gerais, situado no Segundo Planalto Paranaense, entre as cidades de Castro e Tibagi. Ele foi escavado pelo paciente trabalho do Rio Iapó. Por ser um dos maiores cânions do planeta (o sexto maior em extensão) e por apresentar uma das paisagens mais belas do Paraná, boa parte da área foi transformada em parque estadual em 1992.
Sendo a região formada por rochas areníticas, a natureza teve o trabalho e a delicadeza de esculpir belos monumentos, entre eles a Ponte de Pedra, formada através da força das águas sobre a rocha. As águas que esculpiram e continuam esculpindo a rocha formam cascata de 270 m de altura.
A vegetação do canyon é variada. Nos campos rupestres há cactos, orquídeas, bromélias, flores, gramíneas. Nas áreas de solo argiloso e nas margens dos rios há floresta tropical. O parque abriga rica fauna. No entardecer, nuvens de pássaros transitam pela área. Há veados, lagartos, quatis, tamanduás, jaguatiricas, capivaras e outros animais.
Além disso, pinturas rupestres feitas por povos pré-históricos podem ser contempladas nos abrigos rochosos.
Conta a história que a denominação Guartelá deriva de uma disputa de terras. As terras do parque pertenciam a fazendas. Há vários anos, quando dois fazendeiros disputavam a posse das terras, foi usada a expressão : “Quarda-te lá que eu aqui bem fico.” Do episódio surgiram duas fazendas : Guartelá e Bem Fico. O cânion, portanto, situa-se nas terras da antiga Fazenda Guartelá, que lhe emprestou o nome.
A excursão foi num domingo. Às 4h da madrugada, saí do apartamento onde morava, na rua Sergipe, centro de Londrina, e fui até a Catedral, de onde partiu o ônibus. Nossa primeira parada foi num mirante na Rodovia do Cerne, de onde podíamos ver a belíssima região por onde passaríamos, com o rio Tibagi no fundo do vale e muitas serras em volta.
Chegamos ao parque bem cedo. Acordamos com os sacolejos do ônibus nas estradas apertadas do parque. Todos desceram do ônibus e prepararam-se para a trilha. Um dos passageiros até puxou a sessão de alongamento. Depois, saímos sem pressa pelas trilhas. O lugar é lindo, assim como os Campos Gerais todo. Rios de água cristalina e paredões de rocha imponentes. Nossa primeira parada foi na Ponte de Pedra. A Cachoeira da Ponte de Pedra tem 270 m de altura. Logo abaixo de seu topo a água erodiu a rocha arenítica, formando uma ponte de pedra que encanta pela evidência da força da água, aparentemente frágil frente à rocha.

Depois, vai despencando em degraus até chegar ao Rio Iapó, responsável pela formação do Cânion do Guartelá.

Depois de visitar a cachoeira, descemos ao Rio Iapó, ou seja, o fundo do vale. Nem todos encararam a descida. O Iapó é afluente do Tibagi. Lá de baixo se tem uma idéia mais clara do tamanho da Cachoeira da Ponte de Pedra.

Aliás, havia algumas pessoas fazendo rapel na cachoeira.

Passei um bom tempo no rio, tirando fotos. A turma demorou a chegar.
Para voltar ao alto, acompanhei a turma e fui ajudando os mais cansados. A subida é pesada.
No final da tarde, embarcamos no ônibus para voltar a Londrina. Primeiro passamos por Tibagi, para conhecer um museu. Depois, pegamos estrada de terra para cortar caminho. Chegamos em Londrina na madrugada.