Brasília, 25 de julho de 2009
Aproveitando o último final de semana de “férias da família” fui pedalar com uma turma de Sobradinho. O Carlos Onofre sempre me chamava mas nunca dava certo.
Peguei o carro e fui me encontrar com o grupo em Sobradinho, no Parque Jequitibá. Cerca de 10 pessoas apareceram para o pedal. Saímos pelos fundos do Jequitibá e tomamos o rumo da Fazenda Mugy. Muita adrenalina na descida chamada Oito e Meio. Descida rápida com muita trepidação, tanta que até perdi minha caramanhola pelo caminho. O famoso Marrom, ciclista das antigas e conhecedor de todos os recantos de Sobradinho, parou para resgatá-la.
Daí entramos na Mugy. Os belos singles no meio do cerrado estavam cheios de ciclistas. Tudo começa com uma descida bem técnica, e foi nela que meu pneu furou. Não era o meu dia. Estava atrapalhando o pedal. Não tinha levado câmara de ar e tiveram que me emprestar. Cruzamos a Mugy e saímos na DF-205, por onde seguimos rumo a Planaltina. O calor do asfalto foi minando minhas forças. Esse povo de Sobradinho pedala muito forte, a maioria compete. Mesmo assim eu não era o último. Minha bike, recém-revisada, não foi lubrificada corretamente e a corrente secou. Não poderia seguir daquele jeito. Apelei pra galera mais uma vez, para que me emprestassem um pouco de óleo.
Foram quilômetros de asfalto, até começar a terra. Alguns trechos eram de areião e pedalar ficava cada vez mais difícil. Passamos até por um acampamento de sem-terras, já quase no reinício do asfalto. Não consigo entender como aquele povo se sustenta ali, às margens da rodovia, sem água e roças. Eu parei bem na frente de um barraco, onde havia uma pequena árvore que me protegeu do sol, para esperar a turma chegar. Saquei uma Goiabinha Bauduco do bolso e foi aí que vi que uma família no barraco me observava. Uma criança estava com eles e dei-lhe a Goiabinha. Minha boa ação do dia.

Ao fundo, o acampamento dos sem-terra.
No local onde o asfalto recomeçou, deixamos a DF-205. Iríamos para a Embrapa. Só fizemos parada para pegar água numa fazenda. Seguimos por carreadores até chegar ao Núcleo Rural Sarandi. Paramos num bar para descansar e tomar Coca-Cola gelada.
Chegou a hora da melhor parte da trilha. Entramos na Fazenda Sarandi. Cruzamos pequeno brejo e entramos na mata. Pegamos trilha sinuosa, que acompanhava pequeno córrego canalizado, desviado com pedras.
Fomos subindo ao lado do riacho e chegamos numa cachoeira. É a Cachoeira da Embrapa, uma bela cachoeira, com águas verdinhas e cerca de três metros de queda.
Como já era tarde, não entramos na água. Cruzamos o rio e do outro lado entramos por um single alucinante. Quilômetros por dentro da mata, sempre subindo, trechos com muito cascalho e pedras soltas, árvores caídas.
Algumas cercas apareceram apenas no final. Assim chegamos numa área próxima à BR-020, para onde seguimos.
Pela 020 voltamos para Sobradinho. No final, às margens da rodovia, ainda pegamos alguns singles para fechar com chave de ouro esse pedal de 65 km.