Cidade Eclética, 13 de fevereiro de 2016
https://www.strava.com/activities/492729934
Fuscão – Uma trilha Pedáguas “como deve ser”
Um mil e seiscentos metros de subida no mapeamento. Assim deu-se o nome à mais nova trilha do Pedáguas que como o afamado Fuscão, com motor de 1600cc, sobe tudo. Variação da nossa 100 Kms de Subidas.
Nos reunimos na Cidade Eclética, a Campo Limpo de outrora transformada em comunidade espiritualista. Eu e o A.Pedro fomos os primeiros a chegar no ponto zero, às 7h da manhã.
Partimos às 7h30. A trilha seguiu o sentido horário, assim, saímos da cidade pelo sudeste, passando por dentro da Fazenda Eclética, que faz parte da comunidade. É uma bela área de cerrado, com alguns morros e chapadões. Foi praticamente só descida até passar por uma cachoeirinha num fundo de vale, cercada de mata, ao lado de uma capela. Dali, subimos um pouco até a GO-225, rodovia que liga Santo Antônio do Descoberto a Cidade Eclética. Pegamos asfalto por 4 kms, até voltar pra estrada de chão no famoso caminho para Pirenópolis e Corumbá.
Uma mulher passou de carro nos abençoando: “Força! Deus te proteja!”. Será que ela conhecia a trilha? Continuamos descendo e subindo pela estrada rumo ao rio Areias. Após a ponte do Areias, a subida assusta. Quando cheguei na ponte estava uma confusão do outro lado do rio. Gente subindo, gente descendo, gente tombando. Realmente, foi a pior parte do caminho até ali. Um pouco de técnica foi necessária para reposicionar o centro de gravidade e não deixar a bike empinar. Nos reagrupamos no alto, no entroncamento de outra estrada, no final da subida do rio.
Continuamos subindo. Após cruzar o alto do morro, uma sequência de tobogãs fizeram nossa alegria, sendo superados com facilidade somente no embalo da descida do morro. Depois, uma longa descida, cheia de curvas de nível incentivou os mais corajosos a voar pela estrada. Alexânia apareceu na parte mais alto do horizonte.
Logo chegamos num bar para refazer as forças com 35 kms de pedal. Ali tomamos Coca-Cola e café. Precisavamos de estimulantes para mais 8 kms até Alexânia.
A.Pedro foi o primeiro a partir rumo à cidade: “Vou indo na frente e vocês me alcançam.” Foi uma toada só, sem descanço até a BR-060, no meio de Alexânia. Passamos por reflorestamentos de eucalipto, matas nativas, cerrados e algumas lavouras. A maior parte do caminho é de subida. Nestes 8 kms subimos 240 metros. Passei pelo A.Pedro e tentei manter um ritmo forte, mas fui passado pelo Dario e pelo Miguel.
Fomos os primeiros a chegar na cidade e nos abrigamos na churrascaria Bangalô. Faltavam 15 minutos para as 11h, mas a dona do restaurante nos garantiu que o almoço sairia às 11h. Esperamos. Antes da 11h todos já haviam chegado, mas o almoço não. Ele só começou a ser servido às 11h30. Ótimo churrasco e comida típica goiana.
Depois do almoço, como de costume, procuramos um cantinho pra um cochilo. Eldenice, Rodolfo e eu nos acomodamos no gramado à margem da rodovia, sob a sombra das árvores e protegidos por redes e tapetes que um vendedor espalhou por ali. Foi um verdadeiro acampamento Pedáguas. A.Pedro se aconchegou num banco de madeira dentro do restaurante, num cantinho reservado. Os outros ficaram conversando e esperando chegar a hora de partir.
Às 12h30 partimos. Mais da metade do caminho já havia sido percorrido, mas faltava a maior parte das subidas. No começo foi só descida, afinal, Alexânia é um lugar alto. Depois de sair da cidade, entramos pelas fazendas, num sobe e desce constante. Numa das fazendas, a estátua enorme de um boi serviu de cenário para algumas fotos.
A partir dali as subidas foram ficando cada vez mais difíceis. Quando passei pela frente do hotel fazenda Cabugi, já sabia o que me esperava à frente. A estrada passa por um trecho sombreado, margeada por eucaliptos. No final, mergulha num vale, sem dó nem piedade, passa pelo riacho e dá-lhe subida. Foram 5 minutos descendo por 2 kms e 15 minutos subindo os mesmos 2 kms do outro lado do riacho.
A trilha continuou pelo alto da chapada por poucos quilômetros. Logo enveredou-se novamente morro abaixo, rumo a um bar velho conhecido nosso, no chamado “trevo de Olhos D´água”. Fizemos ali nossa última parada para reidratação.
Agora faltavam apenas 14 kms. Descemos um pouco até cruzar o rio Areias. Aí acabou a moleza. Só subida até Cidade Eclética. Na subida, belas paisagens foram aparecendo ao lado da estrada.
Chegamos em Cidade Eclética às 15h30 e tivemos a sorte de pegar o bar/padaria ainda aberto. Conseguimos comprar alguns Gatorades e aplacar nossa sêde. O último ciclista chegou uma hora depois.
A trilha foi show! Uma trilha com a marca do Pedáguas original: dura, solidária, Stravaless. Agradeço aos velhos amigos que compareceram: Antônio Pedro Silveira, Eldenice Rocha, Rogério Prestes,Rodolfo Silva, Dario Rugel, Lucio Sergio Madureira, Odair e Miguel Ferreira; e também agradeço aos novos que prestigiaram esta aventura de 87 kms. Até a próxima.