Trekking Sítio Cheiro de Mato – Botucatu/SP – 16/10/2005

Botucatu, 16 de outubro de 2005

por Evandro Torezan

A quinta etapa do Pró-Cuesta foi a penúltima do campeonato, mas foi a última do ano para mim. A última prova do campeonato ocorrerá no final de semana em que sairei de férias. A preocupação dos integrantes da equipe era grande pois nunca haviam feito uma prova sem mim como navegador. Queríamos vencer para abrir alguns pontos na classificação e garantir antecipadamente o primeiro lugar no campeonato, assim, na última etapa, os colegas ficariam mais tranquilos.

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A prova foi na parte de baixo da serra, no Sítio Cheiro de Mato, bairro Santo Antônio de Sorocaba, às margens da Rodovia Marechal Rondon, sentido Conchas. A equipe Pé na Trilha estava composta por Jefferson, Luisinho, Daniel (contador de passos) e Evandro (navegador).

Nossa partida foi às 10h15 da manhã. Mais uma vez, fomos a primeira equipe trekker a largar. Saímos do sítio e depois de alguns metros pela estrada entramos num riacho. Passamos por baixo da ponte e subimos o rio caminhando pelo leito. Cerca de quinhentos metros depois, saímos do rio e entramos numa solta (área de mata degradada em que pasta o gado durante a seca), por onde seguimos subindo o morro. Quando saímos da solta, seguimos pelo pasto no topo do morro.

Havia três PCs nesse local: no primeiro, embaixo de uma grande mangueira, fizemos uma prova especial que está se tornando comum no campeonato: o PC visual. Tivemos que adivinhar a distância entre a mangueira e uma palmeira mais acima no morro. Eu, pra variar, chutei bem alto, e meus colegas também erraram. Dos meus 300, diminuímos para 220. A distância correta era 165 m.

Acabamos atrasando mais de um minuto no PC visual. Saímos correndo até o PC que estava na direção que teríamos que seguir. Os passos do Daniel terminaram antes mas pensamos que ele havia escolhido as passadas e fomos ao PC. Ele não quis registrar nossa passagem. Disse que teríamos que passar em algum lugar antes, onde ele marcaria nosso tempo. Voltamos onde os passos do Daniel acabaram e continuamos. Acertamos a trilha e o PC registrou nossa passagem. Dali, fomos até a palmeira que fez parte do PC visual, onde deveríamos tomar certo grau de bússola. A direção indicada seguia exatamente para a mangueira onde fizemos a prova do PC visual, porém, havia um outro PC na árvore ao lado e, apesar de já termos passado em sua frente, ele ainda não havia nos marcado. Decidi passar por lá. Errei! Quando cheguei na árvore uma placa dizia: “Você acaba de perder 30 pontos por navegar errado.” Sem deixar o PC nos ver, cuja visão estava bloqueada por outra equipe, corremos para a outra árvore e continuamos a prova.

Neutral

Saímos do pasto e entramos em outra solta, do outro lado do morro. Foi aí que estava o PC mais bem escondido da prova, em cima de um árvore. Depois de descer o morro e passar por algumas trilhas, chegamos ao neutral. Havia um PC ali e, felizmente, quando chegamos ali, vimos o PC rapidamente. As outras equipes que chegavam não o viam devido à aglomeração de gente e perdiam preciosos segundos.

Após o neutral,  entramos na linha férrea. A planilha alertava sobre a existência de PCs virtuais. O único PC virtual estava exatamente no final do trecho, ou seja, o segredo estava no início, onde deveríamos ter andado 23 metros depois do neutral, mas andamos apenas quinze, errando a medida em oito metros.

Escalamos alto barranco para sair dos trilhos. Havia uma corda que nos ajudou a subir. No alto, recomeçamos a prova e chegamos a sua melhor parte: deveríamos atravessar um brejo de aproximadamente cinquenta metros. Era um taboal bem alto. No meio dele, as equipes desapareciam, afundando na água e enroscando-se nas taboas. Paramos ao lado de uma palmeira e ficamos observando as equipes atravessarem. Depois, subimos o morro até entrar na mata. Depois de alguns minutos pela mata, chegamos à beira de um barranco de aproximadamente vinte metros de altura, com inclinação média de 45 graus. Subimos amparados por corda até sairmos da mata. Entramos num pasto. Aparentemente estávamos entrando nas terras de outro proprietário e quase ficamos presos. O tal proprietário não queria que passássemos por suas terras, apesar de ter autorizado a organização a fazer a prova. Felizmente, quando chegamos no local onde entraríamos na fazenda, a organização já havia convencido o proprietário. Assim, entramos.

Cruzamos o pasto e chegamos em uma mata repleta de nascentes. O chão era arenoso. As águas que saíam da mata formavam grande represa, que seguimos margeando. Local belíssimo, bucólico, o melhor da prova. Além da grande represa, havia uma grande casa e muitos cavalos. Estávamos cruzando um haras.

Depois que saímos do haras, entramos num outro trecho de rio. Mais de um quilômetro rio acima. Foi a parte mais cansativa da prova. No meio do trecho havia um PC. Quando chegamos nele ouvimos o “bip” do registro mas quando o Luisinho foi colocar o chip, a informação não entrou no nosso chip. Para evitar qualquer problema, anotamos o tempo em que chegamos ali.

Saímos do rio numa área com várias árvores cortadas e muita colméias. Havia alguns resgates indicando por onde deveríamos passar para não irritar os enxames. Ziguezagueamos pela trilha, desviando dos enxames, cruzamos um pasto, a linha do trem e terminamos a prova.

Durante a apuração dos tempos, aconteceu o que prevemos: nosso tempo no PC que não conectou em nosso Totem estava errado e, graças às nossas anotações, pudemos entrar com recurso e corrigi-lo.

Foi uma prova fácil. Se não fosse o erro do PC visual teríamos ganho a prova facilmente: perdemos por 13 pontos. Fizemos 342 no total. O problema é que a equipe que ganhou foi a segunda melhor na classificação: “Os Mutley”. Eles ficaram a apenas um ponto de nós. Quem chegar na frente na próxima prova levará o campeonato. A decisão ficou sob responsabilidade do resto da equipe. Boa sorte pra nós!

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