Botucatu, 5 de março de 2006
Depois de um ano de luta na categoria Trekkers, em que nos sagramos campeões, fomos promovidos à categoria Graduados, a primeira divisão do trekking nacional. A diferença entre as categorias é, basicamente, a velocidade, sendo mais alta na Graduados. Com a prova mais rápida, os erros tornam-se mais graves pois os atrasos ficam maiores. Além da velocidade, às vezes, há tarefas diferentes para os graduados durante a prova.
A primeira prova do Campeonato Pró-Cuesta de 2006 foi no bairro Santo Antônio de Sorocaba, embaixo da serra.

Santo Antônio de Sorocaba. Foto de José Reynaldo da Fonseca.

Equipe dos prefeitos de Botucatu e Pardinho
Um detalhe interessante foi a presença dos prefeitos de Botucatu, Mário Ielo, e de Pardinho, Jose Francisco da Rocha Oliveira, que formaram equipes para participar da prova.
O Pé na Trilha Trekking voltou temporariamente a sua formação original, com Daniel, Jefferson e eu. Ricardo tinha compromisso.
A prova começou na frente da igreja do bairro, às margens da Rodovia Marechal Rondon. Como graduados pudemos acompanhar de perto as outras equipes graduadas. As que estavam próximas a nós pareciam baratas tontas. Totalmente perdidas ainda no começo da prova, nos trechos mais fáceis. Quando viam-se perdidos, aguardavam nossa chegada para decidir para onde iriam. O trekking de regularidade é um esporte fantástico para desenvolver espírito de equipe. Se o contador de passos errar, o navegador também errará. Se o navegador errar, a equipe tomará caminhos errados. É preciso confiar nos colegas, ficar sempre atento e fazer correções quando necessário.

Neutral: nem paramos
Estávamos indo muito bem até o meio da prova, quando chegamos num trecho de mata. Tínhamos que entrar na mata por trilha, mas não a encontramos. Percorremos todo o lugar, mas não conseguimos achar as referências da planilha. Acabamos subindo o morro e encontrando referências posteriores. Sob uma torre de energia estava um PC. Será que dentro da mata havia outro? Preferimos arriscar e não buscá-lo. Saímos correndo pois estávamos doze minutos atrasados. Chegamos ao neutral mas não pudemos parar. Usamos os cinco minutos que poderíamos ficar ali para tirar o atraso. Mais alguns minutos correndo e voltamos ao tempo.
Chegamos à beira de um rio. Caminhamos no pasto em uma das margens. Na outra, a encosta de um morro estava coberta de mata, com várias palmeiras Juçara, o nosso valioso palmito.
Logo à frente cruzamos o rio e escalamos o morro, chegando à parte final da prova: longo trecho com mais de um quilômetro. Foi uma experiência nova para nós. Trecho bem mais rápido do que estávamos acostumados: 82 m/min. Mesmo andando rápido nos atrasamos. Os dois últimos trechos da prova (o rápido e o posterior) foram trechos com PCs virtuais.
A prova foi um lugar bonito, na frente do mirante da serra da Rodovia Marechal Rondon. Pudemos conhecer de perto os lugares que contemplamos do mirante: os rios, os morros, as matas.

Daniel e eu aguardando o resultado
Outra coisa diferente que experimentamos foi chegar ao final da prova e encontrar a concentração vazia. É que geralmente, quando chegávamos, todos os graduados já haviam terminado a prova, e até alguns trekkers. Dessa vez, chegamos entre os graduados, e poucas equipes haviam retornado.

Equipe Pé na Trilha recebendo o troféu de segunda colocação. Evandro, Daniel e Jefferson.
O resultado final foi bom: ficamos em segundo lugar. Perdemos para a sempre favorita Nikus. A nossa “perdida” na mata não nos prejudicou muito pois todas as todas as equipes perderam-se lá. Pelo contrário, este trecho confuso acabou nos favorecendo, pois nos recuperamos rapidamente. Esta é outra importante característica do Pé na Trilha: recuperação rápida após errar.
A equipe dos prefeitos foi bem e acabou ganhando troféu.
Nossa primeira prova na categoria Graduados mostrou-nos que temos que evoluir muito para sermos os campeões do ano.