Monte Alegre – Pratânia – São Manuel – 15/07/2006

Botucatu, 15 de julho de 2006

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Dia preguiçoso e solitário na Cuesta. A família longe, nada pra fazer. Acordei tarde, limpei a casa, lavei roupa. No final da manhã, ainda fui limpar o terreno que comprei. Depois, preparei o almoço.

Às 14h, saí de casa com a bike. Decidi fazer um circuito que há tempos havia planejado. Cruzei a cidade, passei pela frente da Staroup e peguei a Marechal Rondon sentido Bauru. Depois do posto policial, há uma descida de cerca de quatro quilômetros e, mais ou menos na metade, um trevo que indica duas localidades: Toledo e Monte Alegre. Entrei por essa estrada.

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Logo no início, ao passar por algumas árvores, fui surpreendido por um animal que jamais havia visto pessoalmente, nem em zoológicos, nem na natureza: um serelepe, o nosso esquilo. Muito comum nos países da América do Norte, no Brasil são raros. Bonito e esperto, de movimentos rápidos, encontrei-o na beira do asfalto, na sombra das árvores. Quando cheguei, ele saiu correndo à minha frente. À medida que avançava, ele se afastava. Parei e tentei fotografá-lo, mas ele saiu correndo pra dentro do mato antes que eu conseguisse sacar a câmera.

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Serelepe – Fonte: Flickr

Tudo que desci pelo asfalto da Marechal, tive que subir por esta estrada. Subida longa, mas suave. Subindo, passei pela “Fonte da Saúde”, uma das nascentes do Rio Araquá, e por uma linha férrea. No alto, o asfalto acabou, e eu, que não queria sujar a bike, tive que continuar pela estrada de chão.

Andei muito, e nada de Toledo. As placas sumiram. Quando cheguei ao topo de uma subida, encontrei duas mulheres de bicicleta que voltavam pela estrada. Perguntei se Toledo ainda estava longe e, infelizmente, já havia ficado pra trás. Devia ter seguido por outra estrada, mas não havia nenhuma placa. Elas me disseram que, seguindo em frente, chegaria em Monte Alegre. Continuei.

Com quarenta quilômetros, cheguei a Monte Alegre. É a colônia da antiga Fazenda Monte Alegre. O destaque do lugar é uma belíssima capela, em estilo belga, construída pelos antigos donos da fazenda, que eram belgas. Pequena e acolhedora, a rústica capela de tijolos tem uma arquitetura incomum para nós, brasileiros. Nunca tinha visto nada igual. O Centro-Oeste Paulista tem muitos segredos, que se revelam subitamente.

Na capela, conversei com uma jovem senhora, que varria a área externa. Foi ela que me contou sobre a origem da igreja, e também que, seguindo em frente, logo chegaria a Pratânia. Foi o que fiz. Desci rápido a estrada recém-patrolada, com curvas de nível novas e altas, que proporcioram bons saltos. No fundo do vale, começou o asfalto, que me levou até Pratânia.

Pratânia é famosa pelas roupas de couro que suas fábricas produzem. Pequena e calma, às margens da Rodovia João Melão, fica a dezoito quilômetros de São Manuel.

A João Melão, que liga a Rodovia Castelo Branco à Marechal Rondon, é muito perigosa. Não tem acostamento e é muito movimentada. Mas como era o único caminho que eu conhecia, tive que enfrentá-la. Fui pela contramão, saindo da pista quando passava algum carro.

Chegando à Marechal Rondon, uma ótima surpresa: havia um senhor vendendo caldo de cana. Me fartei com o caldo, geladinho. Uma placa, do outro lado da estrada, chamou-se a atenção. Mais uma vez, judiaram do português.

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Mais cinco quilômetros e cheguei a São Manuel, terra natal de alguns ilustres paulistas, como Karina Bacchi, Emílio Surita (Pânico), e a idolatrada dupla sertaneja Tonico e Tinoco, que ganharam uma praça na entrada da cidade. Parei na Praça Tonico e Tinoco, onde há um monumento à dupla, para fotografar.

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Na saída, peguei novamente a Rondon. Tentando atravessar a pista, para chegar do lado direito, um parafuso atravessou meu pneu traseiro. Fez um estrago. Pneu perdido. Felizmente, eu tinha uma câmara de ar reserva. Troquei e continuei meu pedal.

O último desafio do dia foi subir os quatro quilômetros da rodovia, antes do posto policial.

Cheguei em casa às 18h, depois de pedalar mais de 71 km e conhecer um cantinho escondido de São Paulo.

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