Botucatu, 27 de janeiro de 2008
Há tempos não pedalava num típico dia botucatuense. Clima e vento amenos e leves, que em nada atrapalham o pedal. Às 7h da manhã encontrei com o Edu na praça Paratodos, no centro de Botucatu. O Fernando não apareceu, então fizemos o caminho de volta rumo à casa dele (que é perto da minha) e o encontramos na rotatória do cruzamento das avenidas Rafael Laurindo e Camilo Mazoni. Dali seguimos para os rumos do Jardim Monte-Mór, onde começa a descida do Córrego Fundo, uma das mais belas saídas da cidade, com muita mata e algumas cachoeiras pra quem se aventurar pelo meio da floresta.
A descida é uma só, do começo ao fim não há nenhum trecho que seja necessário pedalar. Ela termina na porteira de uma fazenda, que tivemos que pular para ter acesso à ponte sobre o Córrego Fundo.
Passamos por uma fazenda cheia de bois e depois por um canavial até chegar na estrada do Araquá, que também é muito tranquila, descendo até o bairro.
No bairro, o Fernando fez um pausa rápida no rio Araquá para “aliviar a carga” e assim seguimos pelos belos trechos de mata após a comunidade, passando pelo Bonsai Gigante e chegando na rodovia SP-191, que liga São Manuel a Santa Maria da Serra.
Pela rodovia seguimos na direção de Santa Maria. Passamos pela ponte sobre o rio Araquá, pela entrada da Água Nova e na próxima estrada entramos à direita. Esta é a estrada velha que ligava Botucatu ao Rio Bonito. No início pedalamos pelo meio do canavial até chegar num local onde há duas casas e uma caixa d’água. Estávamos meio perdidos e decidimos escalar a torre da caixa d’água pra decidir por onde seguir. Foi uma boa idéia. O Edu subiu e achou a estrada correta. Seguimos por ela. A estrada foi abandonada. O mato tomou conta e há muitos buracos de tatu. A sombra das árvores tornam o passeio mais prazeroso. Num certo ponto a estrada estava alagada e fomos obrigados a pegar uma trilha que a margeava. Logo chegamos num trecho de mata e tivemos que voltar para a estrada. Pelo meio da mata continuamos até chegarmos na ponte sobre o rio Lavapés. Ali o Lavapés parece até um rio normal, sem a grande quantidade de sujeira que há nele quando passa pelo Lageado. Fizemos uma pausa para contemplar o rio. Eu e o Edu aproveitamos também para explorar a mata ciliar. Entramos pelas trilhas e fomos seguindo até onde conseguimos. Encontramos várias pegadas grandes, que pareciam ser de antas ou capivaras, e também de pássaros de grande porte nas prainhas de areia. Também vimos algumas pegadas de lontra numa ilha. Quando estávamos no meio da mata ouvimos uma gritaria que nos assustou. Era um ninhal.
De volta à ponte, continuamos nosso caminho. Depois de passar por um monte de urubus no meio da estrada comendo carniça, chegamos à rodovia que vai para Vitoriana.
Chegamos no distrito às 11:40. Procuramos uma padaria para comer alguma coisa mas não encontramos nenhuma aberta e quando já pegávamos o caminho de casa passamos na frente de uma “televisão de cachorro” e não resistimos ao cheirinho de frango assado: “Ô Tio, manda um frango aí pra nós.” Dizem que a fome é o melhor tempero, e neste caso, foi mesmo. Acho que nunca havia comido um frango tão bom.
Depois, com a barriga cheia, tomamos o rumo da cidade. Quando passávamos pela Granja Moreto, percebi que meu pneu havia furado. Troquei-o rapidinho e seguimos pelo leito da antiga ferrovia que ligava Botucatu a Vitoriana. Infelizmente esta estrada foi destruída pela Pedreira Botucatu, onde faz uma curva e segue de volta à rodovia por uma estradinha asfaltada. Na subida uma surpresa: uma cachoeirinha descendo o paredão de pedra. Mais um quilômetro e voltamos pra rodovia onde enfrentamos e vencemos a temível subida da serra de Vitoriana. Chegando no mirante, entramos na estradinha de terra paralela que vai pro Lageado.
Cerca de 7 kms depois chegamos na portaria principal do Lageado onde terminamos o passeio.
Foi um passeio gostoso e descompromissado. Obrigado Senhor, por este dia tão bom onde percorremos caminhos desconhecidos e belos.
Oi Evandro, bom dia.
Minha esposa comprou o seu livro e me passou o link para o seu site e estou aqui lendo as trilhas que vc fez em Botucatu, sua cidade natal e nos interessamos em conhecê-la no Carnaval e pedalar por lá.
Vi que vc deixou alguns tracks via strava de pedais que fez em Brasília, mas não achei nenhum dos que vc descreveu em Botucatu. Seria possível vc disponibilizar para mim, se tiver? Obrigado.
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Júlio, naquela época não tinha Strava. Os GPSs eram caríssimos. Não tenho tracklogs de lá. O que vc pode fazer é entrar no Strava e usar o explorador de seguimentos. Se quiser uma dica de hospedagem, tente ficar no bairro Demétria (airbnb), zona rural. Tem várias trilhas próximas.
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Certo. Obrigado
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