Garganta Katifunda – Tonéis – Núcleo Bandeirante – 04/05/2008

Brasília, 4 de maio de 2008

https://www.google.com.br/maps/place/%C3%81rea+de+Relevante+Interesse+Ecol%C3%B3gico+da+Granja+do+Ip%C3%AA/@-15.9198227,-47.9818215,7480m/data=!3m1!1e3!4m2!3m1!1s0x0000000000000000:0xbe2e38b30c73f1a3?hl=pt-BR

Cidade nova, turma nova. Este é o primeiro passeio que faço com uma turma aqui no DF depois de minha volta a Brasília. Piki da Trilha é o nome. Será que vai dar certo? Me disseram que pedalam forte. Vamos ver!

Iria sair pedalando de Águas Claras, até o ponto de encontro: o posto Shell da passarela dos motéis do Núcleo Bandeirante. Meu vizinho Alexandre, que já conhece o grupo, iria comigo. Teríamos que chegar lá às 7:45h e estranhamente o Alexandre quis sair de Águas Claras às 6:30h. Achei muito cedo, mas pensei que havia visto o horário de partida errado no site. Enfim, na madrugada atípica do DF, acordei, olhei pela janela. Nuvens baixas cobriam o bairro todo. Dormir ou pedalar, eis a questão …

Às 6:30h, lá estava eu e o Alexandre pedalando forte rumo ao Núcleo Bandeirante. No início duas moças, de speed, tentaram nos acompanhar, mas acabaram ficando pra trás.

 A neblina, que em alguns pontos se transformava em garoa, embaçava os nosso óculos, fazendo-nos pedalar no “escuro”.

 Logicamente, fomos os primeiros a chegar. A turma chegou aos poucos, com seus nomes e apelidos que ainda não sei a origem: Ti Elias, Daniel, Marcelo, MarcelezaStrikinninni, LuisimDedoDeLata, Colombelli e DanielDesceTudo.

Os ciclistas estavam com joelheiras e cotoveleiras. Até perguntei a ele: “Esse lugar é tão perigoso assim?” Deu medo!

DSC09284

Turma reunida e costumeiras fotos tiradas, recomeçamos o pedal, seguindo rumo oeste pela EPNB (Estrada Parque Núcleo Bandeirante). Dois kms depois, após passar pela linha férrea, entramos à esquerda numa estrada asfaltada que dá acesso a um setor de chácaras e por ela seguimos por mais 3 kms, até enfim entrar na terra. A trilha começou forte, com a turma penando pra subir a ladeira e chegar no alto do morro. Pelo jeito essa turma é fraca de subida. Fui o segundo a chegar no alto do morro, onde a diversão começou. Pensei que seguiríamos pela estrada, mas a turma é radical, é boa de descida. Foi aí que entendi o apelido do Daniel Desce Tudo. Depois que o resto da turma chegou no alto do morro, eles entraram numa trilha single, descendo o morro, cheio de pedrisco e pedras soltas. Gelei só de ver os caras descendo aquilo a todo vapor. Eu fui o último, desci na minha bike, zeloso, devagar e sempre.

Essa turma é realmente muito técnica, faziam as curvas ignorando as dificuldades e judiando da suspensão, que se esforçava para corrigir o trajeto.

 No final de tudo, tentando explorar um caminho antigo, mas inédito, nos deparamos com uma enorme voçoroca, que impedia nossa passagem. Voltamos então, subindo rumo a outro pico que se destacava no alto. E assim fomos seguindo, entre singles, ladeiras, voçorocas. Trilhas de alto nível técnico que exigiam sempre muita atenção e despejava adrenalina no sangue.

 O local é uma ARIE (Área de Relevante Interesse Ecológico): ARIE da Granja do Ipê. Fica entre Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo e EPIA. O local tem inúmeras nascentes d’água. No períodos mais chuvosos fica até difícil passar por alí. E há muita água mesmo, com riachos e represas pra todo lado. As trilhas atraem a turma off-road.

DSC09289

Há muitas trilhas para moto, jeep e bike. Aliás, jeeps e motos estão dilacerando o local. Eles deixam cicatrizes profundas no solo, que a chuva se encarrega de transformar em voçorocas. Dá dó de ver. Mas isso não é o pior problema dalí. O que está causando revolta entre os bikers são os assaltos. Não se pode andar sozinho na área. Há relatos de ciclistas que perderam suas bikes para bandidos armados, e voltaram pra casa à pé.

 Uma coisa que me chamou a atenção foi a quantidade e variedade de flores, de várias cores e formatos. As que mais me impressionaram foram os chuveirinhos e as caliandras.

 As pedaladas nos conduziram por um sem fim de belas paisagens, hora refrescados pela sombra das nuvens, hora pelos ventos e hora pelo frescor das matas que ainda resistem e protegem os mananciais.

Alexandre, num single com cascalho, escorregou e feriu o joelho. Ti Elias, precavido, sacou um kit de primeiros socorros e passou um remedinho no joelho do amigo.

OLYMPUS DIGITAL CAMERA

 Voltas e mais voltas por trilhas singles, quilômetros e quilômetros rápidos e disputados como uma corrida e, no final, coroando o passeio, uma descida inesperada e adrenalizada, onde o freio se tornou um mero enfeite da bike. Não deu nem pra pensar. Quando vi, já estava descendo no vácuo dos colegas que de repente, um a um, foram desaparecendo da minha frente ao entrar na ladeira.

Saímos da terra no mesmo lugar onde entramos e paramos para descançar num ponto de ônibus, na entrada do carreador. Foi aí que eu tive uma surpresa: quando disse que vim de Botucatu e viram minha camisa dos Caiporas, reconheceram o grupo e já avisaram que iriam colocar nosso link no site deles. É, os Caiporas têm renome nacional. Parabéns!

DSC09296

 Depois de um descanso, pegamos o asfalto pra voltar ao posto. Desta vez não fomos pelo EPNB, mas paralelo a ela, por dentro do bairro. No final, uma diversão rápida ao pedalar pela passarela que cruza a estrada.

 No posto, nos despedimos da turma e voltamos para Águas Claras. Chegamos em casa às 12h, depois de rodar cerca de 55 kms.

Valeu Piki da Trilha! Valeu Alexandre! Valeu Ti Elias!

OLYMPUS DIGITAL CAMERA

Ti Elias, presidente do Piki da Trilha, sempre fotografando a trilha.

Este é o link para o blog do Piki: http://pikidatrilha.blogspot.com.br/2008/05/garganta-katifunda-04mai008.html

 

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s