Brasília, 2 de março de 2013
Partimos pra Formosa no sábado pela manhã. Rogério passou em minha casa e deixou seu carro. Embarcamos as bike no meu carro e fomos para o postinho da 103. A turma que partiu dali foi formada por Dinho, Adonis, Sílvio Sá, Lu, Carlos Duarte, Alexandre Lins, Ivson, Delaine, Rogério e eu.
Seguimos em comboio para Formosa, onde nos reunimos na praça da igreja matriz, bem no centro da cidade. Além dos ciclistas formosenses, vários outros de Brasília seguiram direto para o ponto de encontro. Gilson, Eldenice, Tio Kin, Regina, Júnior, Zénrique e Alexandre Vilela também estavam por lá. Assim, formamos um grupo de cerca de 20 ciclistas. A loja de suplementos Body Fit, que fica de frente para esta praça, nos presenteou com alguns brindes. Cada ciclista ganhou uma sacola com géis e barras de proteína. O dono da maior loja de bikes da cidade, a Biciclo Nunes, também nos deu brindes, que foram sorteados entre os participantes.
Tio Kin foi o puxador oficial. Saímos da cidade pelo norte, pela GO-116, até chegar no entroncamento com a GO-458, que não é asfaltada. Seguimos pelo estradão, que logo nos levou a uma longa descida da chapada onde fica Formosa.
Ao chegar na parte mais baixa, subimos um pouco e chegamos na Toca da Onça.
A Toca é um morro testemunho (local de rocha mais dura do que a redondeza que resiste melhor à erosão e acaba se destacando no terreno), onde formou-se uma caverna. Nesta caverna, civilizações antigas deixaram sinais. Nas paredes e teto da toca estão pinturas rupestres que representam animais, retratos rústicos do ser humano e representações do céu, além de muitos outros símbolos ainda não desvendados. Os tons variam do alaranjado ao vermelho, com traços em preto. No teto da caverna, é possível ver desenhos de pés achatados, sem a curva lateral com que estamos acostumados. Alguns têm quatro dedos; outros, seis ou cinco. À primeira vista, o visitante se pergunta: como aqueles pés foram parar ali, tão alto? Habilidades do homem da caverna ou o solo que era mais alto há alguns milhares de anos? Segunda opção, com certeza.
O dono da Fazenda Toca da Onça é Herculano Lêdo Filho. Nascido em Formosa, desde que comprou o terreno mantém as porteiras sempre fechadas, para controlar o acesso. Ainda assim, o homem deixa seu rastro de destruição. Mesmo diante da tentativa de preservar o meio ambiente e a história, alguns vândalos picham o próprio nome ou arrancam pedaços da caverna.
Depois da parada na Toca, seguimos mais alguns quilômetros e paramos num bar. Um casal de Formosa, já cansado, desistiu ali e ficou esperando uma carona.
Numa escruzilhada do caminho, entramos à esquerda. Ali começou a trilha Cangalha. Nossa primeira missão foi atravessar um rio. Apesar de estarmos no período de chuvas, o rio estava raso, e passamos pedalando.
Enquanto passávamos, um grupo de motociclistas também chegou ao rio e atravessaram o leito fazendo muito barulho e jogando fumaça pra todo lado. Fizemos uma pausa ali para um lanchinho rápido. Alguns aproveitaram para mergulhar no rio e espantar o calor.
Foi um pouco difícil sair do rio pois as margens estavam com muita lava. Saímos escorregando e tentando não deixar juntar muito barro nas sapatilhas. Do outro lado, pegamos alguns singles até chegar numa cerca que pulamos. Adentramos em single tracks dentro de pastagens, até voltar pra estrada. Dali pra frente encontramos muitas poças d’água em nosso caminho. Foram muitos desvios para não ter que mergulhar nas poças, mas algumas tomavam a estrada toda e não teve jeito: afundamos rodas e pés na lama.
Numa encruzilhada, paramos em frente à casa onde a mãe dos nossos amigos Eldenice e Kinzinho morou há muitos anos. Clima emotivo no ar.
Aproximadamente no quilômetro 30, parei embaixo de um pé de baru para esperar a turma chegar. Quanto Tio Kin chegou ele não quis parar, dizendo que havia um bar logo à frente. Andamos mais um pouco, e logo chegamos num pesque-paque. Ali foi a parada principal de lanche do dia. Tio Kin trouxe comida que alimentaria uma família inteira!
Estava chegando a parte final da trilha. Um ciclista com camisa do Palmeiras que veio de Brasília, resolveu adiantar-se e saiu na frente quando deixamos o pesque-pague. Mais um pouco e chegamos numa encruzilhada, e nada do palmeirense. Seguimos nosso caminho. Passamos por um local muito bonito, com uma represa enorme e um balanço para se jogar dentro d’água.
Logo depois chegamos no asfalto da BR-020, poucos quilômetros antes do posto da Polícia Rodoviária.
Dali para Formosa foi bem rápido. A estrada sobe, mas nada muito forte. Eu, Rogério e Zénrique formamos um pelotão que seguiu na frente. Os outros vieram sem pressa, e até pararam num bar que encontraram na estrada, e enquanto estavam no bar, o palmeirense apareceu. Ele tinha pego o caminho errado na encruzilhada e teve que pedir informações para voltar.
Esperamos um longo tempo até a turma toda chegar na entrada de Formosa. Deu tempo até de tirar uma soneca embaixo de uma árvore. Quando chegaram, fomos direto pro centro, onde pegamos nossos carros e partimos para o almoço no restaurante Don Fernando.
O almoço no Don Fernando rendeu. Além da ótima comida, comemoramos o aniversário de nossa amiga Guió, tivemos sorteios de brindes da Bike & Fix, de Brasília, conseguidos pelo Sílvio Sá, e rimos muito tentando identificar que personagem era mais parecido com o Carlos Duarte e com a história do “Via Dinho e via Adonis”.
No final, todos sãos e salvos nestes 50 kms de pedal com os formidáveis amigos de Formosa.
Que saudade desses nossos pedais mais descontraidos e cheios de histórias boas!
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