Giro da Onça – 18-11-2017

Girassol/GO, 18 de novembro de 2017

https://www.strava.com/activities/1280411901

Quando acordei às 5h da manhã, um vento úmido e frio entrava pela janela do apartamento. Imaginei que o pedal seria frio e debaixo de chuva. Mesmo assim, preparei-me, juntei as tralhas e parti para o “Goiais”. Dirigi meu carro até Girassol, distrito de Cocalzinho de Goiás.

A comunidade geralmente nem é notada pelos motoristas que deixam o DF e dirigem-se à turística Pirenópolis, mas ela faz parte da história do Planalto Central. Girassol nasceu às margens da Estrada Colonial, ou Picada da Bahia, que ligava a Bahia ao Mato Grosso no Século XVIII. O primeiro registro de sesmarias na região remete ao ano de 1756.

Estacionei no Posto Lune, ponto de partida da trilha. Cheguei cedo e tive muito tempo para preparar-me. Comi minhas batatas-doces, que garantem energia durante a trilha, lubrifiquei a bike, apliquei protetor solar.

A trilha Giro da Onça foi marcada pelo grupo Canelas do Planalto, com o qual ainda não havia pedalado. Muitos ciclistas aceitaram o desafio.

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Por volta das 7h30 a trilha começou. Percorremos pequeno trecho de asfalto de onde avistávamos os lugares por onde passaríamos. Um buritizal chamava a atenção no fundo do vale.

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Logo pegamos a esquerda e nos embrenhamos na zona rural. Apesar de a região ser explorada pelo homem desde o Século XVIII, ela reserva belas paisagens, morros preservados, rios limpos, matas de grande porte.

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Até o quilômetro 13 foi praticamente só descida. Então, subimos um pouco e chegamos no Mirante da trilha Google. Como sempre, a linda vista força uma pausa no pedal.

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Parada rápida, e seguimos descendo. Com 17 quilômetros de trilha, acabou a descida. Estávamos no vale do Rio Verde e passamos a seguir seu curso rio abaixo, até chegar ao Córrego Cuiabá. Nossa trilha passou a vau pelo riacho, mas eu reconheci o lugar. Há cerca de sete anos, estive ali com o Bauru, que fazia o reconhecimento da trilha Itaúnas para o Rebas do Cerrado. Fiquei esperando a turma chegar para visitar o cânion que liga o Cuiabá ao Rio Verde.

Caminhamos até o cânion. O lugar lembra o Vale da Lua da Chapada dos Veadeiros. Cânion profundo e estreito que forma bacias e poços circulares escavados na rocha pelo rio.

Visitado o cânion, rosto lavado, continuamos o pedal. Atravessamos o raso Cuiabá e seguimos nosso caminho.

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Numa passagem de cerca encontramos um pé de cagaita, lançando ao chão os últimos frutos da safra. Oito quilômetros depois do Córrego Cuiabá, chegamos à região conhecida por Capão da Onça, que dá nome à trilha.

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Numa bifurcação, Fernando e eu fomos visitar a onça enjaulada da Fazenda Capão da Onça, fundada em 1856.

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O resto da turma seguiu a trilha. Foram 2,5 km até encontrar a onça. Passamos pelo portal da fazenda, continuamos descendo, até que, sob uma sucupira centenária, encontramos a jaula do bicho símbolo da fazenda.

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A onça é mansa, aceita aproximação de humanos e carícias.

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Seria uma judiação manter o bicho numa jaula tão pequena, não fosse ela, a onça, feita de fibra de vidro.

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Na onça, a poucos quilômetros do Rio Pirapetinga, chegamos ao ponto mais baixo do dia: 716 metros. Girassol nos esperava a 1154 metros, 438 metros de elevação a serem vencidos em 18 km.

Segui com Fernando no início, até que ele parou e eu continuei. Fui subindo sem parar, contemplando as belas paisagens que apareciam pelo caminho.

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Urubus nos observavam atentos, esperando algum ciclista sucumbir à ladeira.

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E realmente, a vista das subidas é de desanimar.

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No meio da subida, o tempo foi fechando. Pingos esparsos aliviaram o calor, mas não chegaram a molhar. Cheguei seco de volta a Girassol.

Com 51 km de percurso e 1134 m de ascensão, a Giro da Onça é uma ótima trilha para quem gosta de subida.

Valeu, Canelas do Planalto!

2 comentários sobre “Giro da Onça – 18-11-2017

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