Pirenópolis, 9 de janeiro de 2021.
Tracklog: https://www.strava.com/activities/4610629878
Localizador: https://goo.gl/maps/g28K4gnX1ng13W3z7
Depois da trilha da véspera, Leidiane não quis nem ouvir falar de bicicleta. Então, resolvemos fazer trilha a pé. A meta era ir para a Cachoeira Usina Velha. Trilha de pouco mais de um quilômetro pelo cerrado liga a Rodovia Municipal Parque dos Pirineus à cachoeira. Deixei o carro na entrada de um camping, na margem da rodovia, e fomos caminhando até a entrada da trilha. Quando íamos entrando, ouvi um apito e um guardinha saiu do meio do mato. Eu pensei que ele iria cobrar a entrada, o que considero justo, mas, em vez disso, disse que não poderíamos entrar por lá. Até tentei argumentar, dizendo que queríamos fazer a trilha e ele poderia cobrar a entrada que pagaríamos, mas ele disse não estar autorizado a receber. Ficamos tristes, mas fazer o quê?
Então, perguntei ao guardinha se ele conhecia alguma outra cachoeira para a qual poderíamos ir caminhando. Ele indicou-nos a Cachoeira das Andorinhas, dizendo ficar a três quilômetros dali, e explicou mais ou menos como chegar lá.
Seguimos caminhando na direção da serra. Logo que o asfalto terminou, entramos em uma trilha à direita, caminho conhecido como Brasileirinho. Entramos na mata e depois de duzentos metros saímos numa estrada de terra estreita. Continuamos descendo por ela até chegar ao local onde o Córrego Barriguda recebe as águas de dois pequenos afluentes. Pensamos que poderia ser ali a cachoeira, investigamos o local, mas não encontramos nada. Seguimos pela estradinha, atravessando passagem entre muros de pedra.

Após o muro, beirando a estrada havia um singletrack subindo o morro pelo meio do cerrado. Entramos por ele e fomos seguindo. Não demorou para cruzarmos o Barriguda pulando as pedras do leito. Continuamos subindo por sua margem esquerda. O vale é profundo e pelo caminho passamos por vários poços e pequenas quedas d’água. Como não sabíamos onde chegaríamos, nos locais onde o som de água era mais alto, descíamos até o córrego para conferir.
Nesse sobe e desce, finalmente chegamos num local onde avistamos duas pessoas lá embaixo, no leito. Era um local de difícil acesso. Descemos escalando o barranco. Encontramos a cachoeira!
A Cachoeira das Andorinhas está dividida em dois saltos. O primeiro que se avista por quem chega tem 2,5 metros de altura no lado mais alto, e 2 metros no mais baixo. É que o lajeado por onde ela escorre é inclinado. Logo abaixo formou-se pequeno lago.
O Córrego Barriguda escavou a rocha e formou fenda profunda por onde escorre. Poucos metros depois está o grande salto da cachoeira, este sim digno de nota. Ele está escondido dentro da fenda. O riacho salta de altura aproximada de oito metros e forma um caldeirão profundo, de cerca de trinta metros quadrados, onde é possível nadar.
Dentro, na parte superior não inundada do caldeirão, abrigam-se as andorinhas que dão nome ao lugar. É bom tomar cuidado quando estiver lá em cima. As pedras são lisas. Eu levei um belo tombo e quase fui levado cachoeira abaixo.

Enquanto tomávamos banho no lago de baixo, um grupo de turistas adentrou na fenda e assustou as andorinhas. Organizadas, elas foram saindo aos poucos, dando rasantes sobre nós.
Saímos do córrego pelo outro lado. É uma escalada bem mais difícil do que o caminho que fizemos para chegar. Tivemos que escalar nos apoiando em troncos e raízes, até chegar ao alto. Há algumas ruínas no local, que pelo jeito foi explorado comercialmente no passado.
Saímos na estrada, que desce o morro pela margem direita do córrego. Passamos pela passagem entre muros e fizemos o mesmo caminho para voltar ao carro. Que achado maravilhoso!

Nosso almoço foi na Venda do Bento, restaurante e museu situado à margem da GO-338. Reservamos na véspera pois o restaurante é muito disputado. O local é bonito, tem peças de museu, bem decorado. Prepare-se: a comida é boa mas o preço é bem salgado. No local, nos anos 1930, funcionava um comércio que abastecia toda a região e servia de parada para viajantes.

Depois do almoço, pegamos a estrada para ir a Radiolândia. Estava devendo uma visita ao amigo Tiago, dono do Mercado Miranda, que conheci em 2018, quando fiz sozinho o Caminho de Cora Coralina. As coisas mudaram na vida de Tiago desde aquele ano. Ele nem sabia direito o que era o Caminho de Cora Coralina quando passei por lá, mas logo percebeu o aumento de movimento passando pela sua porta. Ele acabou montando uma pousada para abrigar os peregrinos que percorrem o Caminho de Cora e agora divide seu tempo entre os afazeres da Pousada Miranda e do mercado. Fomos muito bem recebidos. Obrigado, Tiago e família.
De noite, resolvemos ir ao centro caminhando. Não era tão longe de nosso loft, apenas 1.500 metros, e por ser sábado, provavelmente teríamos problemas para estacionar. Estávamos tomando açaí quando começou a pingar. A chuva veio tão mansa que não nos preocupou, tanto que terminamos de comer sem pressa, mas, quando saíamos da açaiteria, o céu desabou. Abrigamo-nos no alpendre de uma casa, que protegia a parte superior de nossos corpos, mas as pernas eram atingidas pelos respingos. Vinte minutos se passaram e nada de a chuva diminuir. Ficar ali em pé, com as pernas molhadas até o joelho, não era algo agradável, apesar de não estar frio. Mas tive que agir: deixei Leidiane lá e fui correndo, de havaianas, até o loft para buscar o carro e resgatar a patroa.
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Tbm já visitei a cachoeira, é maravilhosa! Estou indo pra Pirenópolis semana que vem, mas não lembro como chegar de carro no local e fazer a trilha. Vocês tem a localização ou alguma dica? WhatsApp: 62985105683
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Cachoeira das Andorinhas
https://maps.app.goo.gl/EJMg2qpcuyKWFaR66
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Pesquisei a cachoeira para achar algumas fotos e reviver a visita linda que tive conhecendo esse lugar maravilhoso! Amei este post, ótima descrição desse lugar lindo
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Obrigado.
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